“A proibição dos celulares não é o problema, mas sim como ela está sendo imposta”, diz Dra. Renata Camargo

“A proibição dos celulares não é o problema, mas sim como ela está sendo imposta”, diz Dra. Renata Camargo

Especialistas discutem os impactos da nova lei que restringe o uso de celulares nas escolas brasileiras

A recente sanção da Lei nº 15.100/2025, que restringe o uso de celulares em salas de aula, tem gerado debates entre educadores, pais e profissionais de saúde mental. A medida visa proteger a saúde mental, física e psíquica de crianças e adolescentes, promovendo um ambiente escolar mais saudável e equilibrado.

Impactos na saúde mental dos adolescentes

A psicóloga e psicanalista Dra. Renata Camargo, com mais de 21 anos de experiência, destaca que a proibição dos celulares nas escolas possui dois lados. Por um lado, o cérebro do adolescente não é plenamente capaz de realizar multitarefas; se o aluno está focado no celular, não consegue prestar atenção no professor, o que pode levar a problemas de aprendizagem e concentração. Por outro lado, uma regra imposta de forma rígida pode não se adequar à realidade dos adolescentes, que são nativos digitais e consideram a tecnologia parte integrante de suas vidas.

Adaptação dos professores e métodos de ensino

A implementação da lei também exige uma adaptação por parte dos educadores. Os professores precisam desenvolver novas estratégias para captar a atenção dos alunos sem depender da tecnologia. A Dra. Renata ressalta que os educadores não podem mais se apoiar apenas na autoridade tradicional; é necessário engajamento e inovação para tornar as aulas mais atrativas e interativas.

Reações dos pais e da comunidade escolar

As opiniões dos pais sobre a nova legislação são divididas. Alguns aprovam a medida, acreditando que o uso excessivo de dispositivos eletrônicos prejudica o desenvolvimento social e acadêmico dos filhos. Outros, porém, culpam as escolas pela implementação abrupta da regra. A Dra. Renata enfatiza que essa divergência pode causar mais prejuízos aos adolescentes do que a própria lei, pois a falta de consenso entre pais e instituições pode gerar conflitos e desrespeito às normas escolares.

Tempo de adaptação e efeitos observados

Embora a lei tenha entrado em vigor recentemente, já é possível observar algumas mudanças no comportamento dos alunos. Inicialmente, muitos relataram dificuldades em se adaptar à ausência dos celulares, mas, com o tempo, começaram a socializar mais durante os intervalos, participando de jogos e interações presenciais. Essa transição, embora desafiadora, pode trazer benefícios ao desenvolvimento social dos jovens.

A restrição do uso de celulares nas escolas brasileiras é uma medida que busca equilibrar a necessidade de concentração e interação social dos alunos com a realidade tecnológica atual. Para que a implementação seja bem-sucedida, é fundamental a colaboração entre educadores, pais e alunos, promovendo um diálogo aberto sobre os desafios e benefícios da nova legislação.

Para mais informações e orientações sobre o assunto, a Dra. Renata Camargo compartilha conteúdos diários em seu perfil no Instagram: @renatacamargo.psicologa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *