Leonardo DiCaprio e cacica Juma Xipaia apresentam o documentário YANUNI no encerramento do Tribeca Film Festival

Antes da exibição do filme, o coprodutor Leonardo DiCaprio fez um discurso contundente, chamando a atenção do mundo para a COP30 no Brasil e convocando governos, setores privados e filantrópicos a apoiarem direitos territoriais indígenas

Protagonizado e coproduzido por Juma Xipaia, documentário sobre a luta diária contra o garimpo e a favor da proteção dos territórios e comunidades indígenas da Amazônia foi exibido na noite do dia 14 de junho, encerrando o Tribeca Film Festival, em Nova York

São Paulo, junho de 2025 – No sábado,14, o documentário YANUNI – produzido pela líder indígena e ativista ambiental Juma Xipaia e por Leonardo DiCaprio sob a direção de Richard Ladkani (Perseguição em Alto Mar e O Extermínio do Marfim) – teve a sua estreia mundial na noite de encerramento do Tribeca Film Festival, em Nova York.

O filme mostra como a luta de uma líder e mulher indígena na defesa da floresta e das comunidades indígenas da Amazônia se tornou uma batalha profundamente pessoal – por seu povo, sua família e pelo futuro de um planeta à beira do colapso. Além da história da trajetória de Juma, cacica da aldeia Xipaya Tukamã, YANUNI apresenta Hugo Loss, seu marido e agente federal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), em operações contra o garimpo na região.

Antes da exibição de YANUNI, o coprodutor Leonardo DiCaprio fez uma declaração firme, reforçando a importância do financiamento como estratégia para atingir as metas climáticas e defesa do planeta, além do suporte às comunidades indígenas, responsáveis pela proteção da floresta. “No coração da floresta amazônica brasileira, milhares de pessoas invadem terras protegidas em busca de lucro rápido, por meio da mineração ilegal de ouro e da expansão industrial agressiva, ameaçando as florestas e as comunidades que as protegem”. Ele relembrou que no Brasil, 95% do desmatamento da Amazônia nos últimos 40 anos foram impulsionados pela indústria pecuária para atender à crescente demanda global por carne bovina. Para o coprodutor, “este filme mostra que a destruição da floresta não é apenas uma questão ambiental — é uma questão humana”.

DiCaprio também destacou, em seu discurso, a COP30 (30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que será realizada em Belém, Pará, Brasil, em novembro) como uma oportunidade histórica para transformar promessas em ação, com duas iniciativas críticas que podem definir os resultados desta cúpula: o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (Tropical Forest Forest Facility – TFFF) e a adesão ao Compromisso Intergovernamental de Posse de Terras (Intergovernmental Land Feature Commitment), acordo proposto para ampliar os direitos territoriais indígenas. Segundo ele, “a mensagem aos líderes mundiais é simples: é hora de entregar recursos reais, poder real e reconhecimento duradouro aos povos indígenas — porque são eles que arriscam tudo para defender os ecossistemas dos quais todos dependemos”. Confira o discurso de DiCaprio aqui.

Para Juma Xipaia, “a mudança começa com a conscientização. YANUNI é testemunha da nossa resistência”. Ela ainda faz um apelo: “não se limitem a ouvir. Juntem-se a nós contra a mineração e as ameaças aos direitos dos povos indígenas e às suas terras. O mundo precisa escolher: lucrar com a nossa destruição ou se juntar a nós para defender o último suspiro da Terra?”