Em meio à devastação causada pela tragédia que afetou o Rio Grande do Sul, um grupo de empresários da cidade de Lajeado decidiu unir forças e utilizar suas redes sociais e contatos para arrecadar alimentos e suprimentos. O objetivo? Produzir aproximadamente 2.500 marmitas por dia para ajudar a suprir as necessidades das comunidades afetadas, especialmente no Vale do Taquari.
As consequências da tragédia deixaram muitas comunidades isoladas, com pessoas passando horas sob seus tetos sem água, luz e comunicação. Mesmo após as águas baixarem, a falta de alimentos persistia, pois a inundação havia levado tudo, deixando lama e desolação para trás.
A iniciativa surgiu de uma dona de restaurante que, ao perceber a urgência da situação, começou a preparar algumas refeições para as primeiras famílias que estavam sendo retiradas de suas casas e encaminhadas para abrigos. Mesmo sem luz e água devido aos cortes, ela não hesitou e logo foi acompanhada por três voluntárias, incluindo outras donas de restaurantes e uma tatuadora, produzindo as primeiras 1.200 marmitas.
Com a crescente demanda e a vontade de ajudar, o grupo decidiu transferir suas operações para o Centro de Tradições Gaúchas (CTG), localizado em um bairro que ainda tinha acesso a luz e água. O apelo por ajuda trouxe mais donos de restaurantes e voluntários, transformando a iniciativa em um esforço comunitário que rapidamente se expandiu.
Em pouco tempo, mais de 100 pessoas se juntaram à causa, apoiando a criação de cinco cozinhas adicionais em outros locais, incluindo paróquias, centros comunitários e lideranças de bairro. Além da produção de refeições, uma logística eficiente foi estabelecida para garantir que a comida chegasse até as áreas mais isoladas, com a ajuda de dois veículos da Marinha do Brasil e da Polícia Civil de Canoas, que contribuíram significativamente para o sucesso da operação.
Ao longo dos seis primeiros dias dessa operação de solidariedade, cerca de 10.000 refeições foram preparadas e distribuídas, demonstrando o poder da união e da compaixão em momentos de crise. “Fizemos acontecer com o que tínhamos. Essa atitude proativa permitiu que a comunidade suprisse as prefeituras das regiões afetadas quando mais precisavam. Graças a essa iniciativa, a fome foi amenizada em muitos bairros, proporcionando alívio em meio à devastação”, afirmou um dos participantes da ação solidária.