Quem vai responder essa dúvida é a Dra. Maria Fernanda Caliani, psiquiatra, especialista em terapia cognitiva comportamental.
“Quando as pessoas não têm uma explicação racional de um fenômeno, elas tendem a recorrer a explicações sobrenaturais. Algo do além ou mesmo uma providência divina. Para outros, a intuição é simplesmente algo aleatório, uma sorte ao acaso. Ou ela é considerada um resultado de nosso sexto sentido”, reflete a médica.
Segundo Dra. Maria Fernanda, as “ideias intuitivas” são o produto de processos inconscientes. E por isso, não sabemos como sabemos. Aqueles que tomaram uma decisão intuitiva são incapazes de explicar como vislumbraram a situação e tomaram essa decisão.
“E o uso do pensamento inconsciente pode levar a ideias valiosas que poderiam não ter surgido se alguém confiasse apenas no pensamento consciente”, ressalta a psiquiatra.
Mas de onde surgem esses processos?
Dra. Fernanda explica que experiência de vida de um indivíduo atua muito no processo da intuição de cada um. Ou seja, ter mais experiência sobre alguma coisa pode fazer com que ela tenha mais intuição para as tomadas de decisões. Além disso, responder automaticamente a estímulos em novas situações com base em experiências anteriores.
“Isso é o que é nosso nível instintivo, uma forma não cognitiva de saber. Pois não é à toa que ouvimos falar por aí da boa intuição que tem o executivo mais experiente de uma empresa. Ele possui maior chance de boa intuição, exatamente por ter mais dados guardados sobre determinado tema”, enfatiza Dra. Maria Fernanda.
De acordo ainda com a médica, essas informações estão fervilhando e ajudando inconscientemente a tomar decisões. Eis a intuição.
Mas Dra. Fernanda alerta: cuidado com essa “voz interior”. Entenda por que:
– Reconheça que até mesmo a intuição mais forte também pode ser falível às vezes;
– Saiba que a tal falibilidade também é comum em outras fontes de conhecimento, como racionalidade e ou evidência empírica;
– Cuidado: a nossa intuição às vezes vai acertar, às vezes ela vai errar.
– Não esqueça: a intuição é sim uma fonte valiosa de conhecimento.
“Mas que pode ser usada como um componente dos processos de tomada de decisão que devem ser complementados com informações de outras fontes de conhecimento”, finaliza a psiquiatra.
E você segue sua intuição?