CCBB BH recebe Leonårdo Miggiorin para temporada de “Não se Mate”

CCBB BH recebe Leonårdo Miggiorin para temporada de “Não se Mate”

Espetáculo de Giovani Tozi, inédito em BH, fica em cartaz de 7 a 24 de fevereiro

 

O CCBB BH apresenta curta temporada do espetáculo “Não se Mate”, primeiro solo do ator Leonårdo Miggiorin. O título é inspirado no poema homônimo de Carlos Drummond de Andrade e a montagem incorpora outros poemas do escritor, em um texto que mescla humor, poesia e ficção científica. A peça – que marca a estreia do ator, diretor e produtor Giovani Tozi como dramaturgo – fica em cartaz no Teatro II, de 7 a 24 de fevereiro, de sexta a segunda, às 19h. Os ingressos estarão disponíveis no site ccbb.com.br/bh e na bilheteria do CCBB BH a partir do dia 29/01, a R$30 (inteira) e R$15 (meia). No dia 15, sábado, a sessão contará com intérprete de Libras, e haverá bate-papo após a sessão do dia 22 de fevereiro.

O poema “Não se Mate” foi lançado em 1962 como parte da “Antologia Poética” organizada pelo próprio autor. A narrativa de Tozzi utiliza outros poemas icônicos de Drummond, como “Poema das Sete Faces”, “E Agora José” e “Uma Pedra”, entrelaçando-os com a história. Drummond é um dos mais importantes autores brasileiros e um grande colaborador para a vanguarda modernista que revolucionou a literatura no Brasil. Equilibrar a fluência entre o erudito e o popular é o primeiro desafio de Leonårdo Miggiorin, que busca alinhar a frequência dos poemas de Drummond à dramaturgia humorada e futurista de Tozi.

O autor, que também dirige o espetáculo, conta que “os poemas foram sendo incorporados ao texto de forma muito natural. Tentei fazer com que minha vontade pessoal não se sobressaísse ao que a obra me pedia. Dessa forma, procurei escutar o personagem e, mesmo sendo muito fã dos poemas de Drummond, me contive ao que era indispensável na condução da história”.

Outros dois elementos norteiam o texto escrito por Tozi: a noção de causalidade, levantando questões sobre livre-arbítrio, determinismo e a natureza da realidade; e as viagens no tempo, trazendo a hipótese de mudar passado e futuro mutuamente, criando uma rede intrincada de causalidade circular, onde tudo está conectado.

Psicologia e teatro
Na história, Leonårdo Miggiorin interpreta Carlos, um artista plástico que atravessa um momento complexo de perdas, que afetam diretamente seu equilíbrio emocional. Apesar do tom humorado, no qual o personagem ainda consegue rir de si mesmo, o texto propõe um mergulho psicológico e traz à tona o drama dos jovens que, por não enxergarem razões para viver, decidem tirar a própria vida.

A abordagem psicológica do texto ganha força graças ao entendimento e à intimidade de Miggiorin com o tema, já que ele é formado em psicologia. Atualmente, Miggiorin concilia a carreira de ator com atendimentos clínicos e, durante a pandemia, realizou uma pós-graduação em psicodrama. Sobre esse interesse, o ator comenta: “Sempre quis estudar psicologia antes mesmo de pensar em ser ator. Mas a carreira na atuação surgiu de surpresa e deu certo, então aproveitei ao máximo, pois é algo que amo e me realiza muito. Neste momento da minha vida, a psicologia está a serviço da arte”, conta o ator.

Não Se Mate” tem suas origens nos tempos de pandemia, quando foi lançada uma primeira versão da montagem. De forma virtual, Leonårdo Miggiorin divide a cena com o ator Caio Paduan e com o veterano Luiz Damasceno, de 84 anos. Damasceno interpreta um homem misterioso que começa a enviar mensagens para o celular de Carlos.

Parceria com Damasceno
Luiz Damasceno e Giovani Tozi já são parceiros de trabalho há tempos. Em 2009, estrearam como pai e filho em “O Colecionador de Crepúsculos”, de Vladimir Capella; interpretaram o mesmo homem em diferentes idades em “Pergunte ao Tempo”, de Otavio Martins; foram dirigidos por Jô Soares, lutando em lados opostos em “Tróilo e Créssida”, de William Shakespeare; e participaram juntos de várias outras produções.

Sobre a parceria, Tozi comenta: “Os trabalhos de teatro que mais me fizeram feliz sempre têm a participação do Damasceno. Eu brinco que ele é meu pai teatral, porque aprendo tudo com ele. Nunca pensei que um dia eu fosse dirigi-lo, e agora que aconteceu, percebo que os grandes atores, além dos recursos técnicos e do talento nato, possuem uma generosidade imensa e um respeito absoluto em transmitir o essencial deste ofício.”

Tozi, que além de uma sólida carreira como ator, neste trabalho idealiza, produz, dirige e agora assina a dramaturgia: não vê fronteira entre um ofício e outro. “Sei que sou um homem de teatro e que no teatro e do teatro quero viver. Enquanto os deuses me permitirem fazer tantas coisas, me oferecendo oportunidades e saúde, vou aproveitar. Como bem disse Drummond: ‘Hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será.’”

Repercussão da versão digital
“Não Se Mate” teve uma primeira versão virtual que estreou em 2021, atraindo a atenção da imprensa e sendo destaque no caderno de cultura dos principais veículos do país, como O Estado de S.Paulo e O Estado de Minas.

O espetáculo foi um sucesso de crítica, recebendo cinco estrelas no UOL com a afirmação: “Não Se Mate se destaca como uma das principais obras da temporada.”

José Cetra, da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), observou que “Leonårdo Miggiorin interpreta com total entrega e muito talento, regido pelo diretor Giovani Tozi, também autor desse importante espetáculo”.

Entre o público especializado, “Não Se Mate” recebeu elogios como:

“Uma viagem estética, poética, humana e muito, muito emocionante. Tozi aponta um caminho com esta obra, já antológica.” – Marco Antônio Pâmio, ator e diretor teatral

“Denso, terrível, engraçado, quase trágico. Adorei o espetáculo, ótimo!” – Juca de Oliveira, ator e dramaturgo

“Excepcionalmente bem feito, uma loucura.” – Jô Soares, ator, diretor, apresentador e humorista

Ficha Técnica
Texto e direção: Giovani Tozi. Com poemas de Carlos Drummond de Andrade. Com atuação de: Leonårdo Miggiorin. Participação especial: Luiz Damasceno e Caio Paduan. Cenário: Duda Arruk. Design de Luz: Cesar Pivetti. Figurino: Fábio Namatame. Trilha Sonora Original: DW Ribatski. Vídeo: Luz Audiovisual. Fotografia: Priscila Prade. Redes Sociais: Gigi Prade. Assessoria de Imprensa: Fernanda Teixeira e Macida Joachim – Arte Plural. Produção Executiva: Bruno Tozi e Felipe Calixto. Assistente de Produção: Ana Nicássia. Produção e administração financeira: Carlos Gustavo Poggio. Contadora: Andressa Cherione. Produção: Tozi Produções.Idealização: Giovani Tozi. Assessoria de imprensa: Luz Comunicação – Jozane Faleiro

Circuito Liberdade
O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.

Serviço:
“Não se Mate”, com Leonårdo Miggiorin
Quando: de 7 a 24 de fevereiro
Temporada: de sexta a segunda
Horário: às 19h
Local: Teatro II – CCBB BH – Praça da Liberdade
Duração: 60 minutos
Classificação Indicativa: 10 anos
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), disponíveis no site ccbb.com.br/bh e na bilheteria do CCBB BH.
No dia 15 de fevereiro, a sessão contará com intérprete de Libras e haverá bate-papo após a apresentação do dia 22 de fevereiro.

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