“Meu pai não me deu dinheiro, mas me deu meu sobrenome”: Camilla Provenzale emociona Val Marchiori no podcast “Hello Val”

A soprano Camilla Provenzale, uma das maiores vozes da ópera brasileira, falou sobre sua trajetória internacional, desafios na música e o reconhecimento que ainda busca no Brasil

No mais recente episódio do podcast “Hello Val”, apresentado por Val Marchiori, a convidada foi a soprano Camilla Provenzale, uma artista brasileira reconhecida mundialmente por sua potência vocal e elegância. Com início precoce na música, Camilla contou que já escutava piano no ventre materno, enquanto sua mãe estudava música clássica. “Acho que já dava palpites dentro da barriga”, brincou.

Infância nos palcos e estreia na televisão

Aos cinco anos, Camilla já cantava no espelho, influenciada por princesas da Disney e por vozes marcantes como Elis Regina. Seu talento foi notado em eventos organizados pela mãe, até que, aos oito anos, estreou no programa “Gente Inocente”, da TV Globo. “Eu cantei para o Wilton Franco e fui contratada na hora”, relembrou, destacando sua atitude desde pequena.

Música, medicina e o apoio da família

Apesar de crescer em uma família onde a medicina era uma tradição — com o pai e o irmão cardiologistas —, Camilla encontrou no incentivo paterno a confiança para seguir na música. “Se não der certo, tem uma salinha no meu consultório”, dizia o pai, em tom carinhoso. Foi esse suporte emocional que lhe permitiu florescer no canto lírico.

O divisor de águas: da TV à ópera

Aos 17 anos, Camilla assistiu à ópera “Tosca”, de Puccini, e entendeu que ali estava sua verdadeira paixão. “Foi como se tudo se encaixasse: figurino, encenação, canto, tudo ao vivo, sem microfone”, contou. Ela ingressou na UNESP e se especializou em canto lírico, onde consolidou sua identidade artística.

Parcerias com lendas da música: Padre Marcelo Rossi e Plácido Domingo

A carreira de Camilla deu um salto com a participação em turnês com o Padre Marcelo Rossi. “Cantei para dois milhões e meio de pessoas no Autódromo de Interlagos”, lembrou emocionada. Mais tarde, foi escolhida por Plácido Domingo para integrar a Academia de Ópera na Espanha e, depois, acompanhá-lo em turnês internacionais. “Ele foi um mentor. Me preparou pessoalmente para grandes palcos”, contou.

Momentos marcantes com Andrea Bocelli e a busca por reconhecimento

Camilla também teve a chance de cantar com Andrea Bocelli, a quem admira profundamente. “Ele me recebeu na casa dele em Washington. Foi mágico.” No entanto, a artista desabafa: “Sou mais reconhecida fora do que aqui no Brasil. Falta valorização da música erudita e dos nossos talentos”.

Cultura, empoderamento feminino e meio ambiente

Além da música, Camilla se dedica a causas ambientais e à luta por maior visibilidade para mulheres na música clássica, especialmente regentes e sopranos. Ao lado da maestrina Simone Menezes, ela desenvolve projetos que unem arte e consciência social.

A ópera como arte para todos

Com entusiasmo, Camilla destacou que a ópera deve ser acessível. “Não precisa de roupa chique nem entender italiano. É emoção pura. Todos deveriam experimentar ao menos uma vez”, afirmou. Val Marchiori reforçou: “Você é um talento que precisa ser mais celebrado aqui. Música não é só samba. Hello!”

https://youtu.be/xRTGEuFU78Q

Apresentador, jornalista e influenciador com vasta experiência em conectar marcas, pessoas, empresas e negócios. É CEO e redator-chefe do portal “The Date News”, sendo uma figura presente e atuante nos meios artístico e corporativo.

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