Baba Thales aborda como as tradições afro-brasileiras acolhem e respeitam a diversidade sexual e de gênero
As religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, têm uma longa história de inclusão e respeito às questões LGBT+. Essas tradições, profundamente enraizadas na cultura brasileira, são conhecidas por seu acolhimento a todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Para falar sobre esse tema, conversamos com Baba Thales, um líder religioso e ativista conhecido por seu trabalho em promover a igualdade e a inclusão dentro e fora das comunidades religiosas afro-brasileiras.
“As religiões de matriz africana sempre foram um espaço de acolhimento e respeito à diversidade. A nossa fé é baseada no princípio de que todos os seres humanos são filhos dos Orixás, e cada pessoa é única e valiosa. A orientação sexual ou identidade de gênero de alguém não diminui em nada sua importância ou seu valor dentro do terreiro”, afirma Baba Thales.
Essas religiões possuem uma visão de mundo que reconhece e celebra a diversidade. Os Orixás, divindades espirituais que representam forças da natureza e aspectos da vida humana, são adorados sem distinção de gênero ou sexualidade. Isso se reflete na maneira como as questões LGBT+ são tratadas dentro dessas comunidades.
“Em nossas tradições, o respeito ao próximo é fundamental. Os Orixás nos ensinam a aceitar e valorizar cada pessoa como ela é. As cerimônias e rituais são momentos de celebração da vida em todas as suas formas, e isso inclui o reconhecimento e a aceitação das pessoas LGBT+”, explica Baba Thales.
Além disso, muitas lideranças religiosas dentro dessas tradições têm se destacado na luta por direitos e visibilidade para a comunidade LGBT+. Esses líderes trabalham incansavelmente para garantir que todos os praticantes, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, se sintam acolhidos e respeitados.
“Estamos vivendo tempos em que é crucial afirmar a importância do respeito e da inclusão. As religiões de matriz africana têm muito a contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos possam viver sua fé e sua identidade de forma plena e sem medo”, diz Baba Thales.
A abordagem inclusiva das religiões de matriz africana em relação às questões LGBT+ é um exemplo poderoso de como a espiritualidade pode ser uma força para a igualdade e o respeito. No terreiro, todos são bem-vindos, e cada indivíduo é valorizado por sua essência, não por sua orientação sexual ou identidade de gênero. Essa mensagem de inclusão e respeito é essencial não apenas dentro das comunidades religiosas, mas para toda a sociedade.
“Nosso compromisso é com a vida e com o amor ao próximo. O candomblé nos ensina a abraçar a diversidade e trabalhar juntos para um mundo mais respeitoso e inclusivo e respeitoso”, conclui Baba Thales.