Psicóloga e influenciadora fala como a terapia fortalece a resiliência e contribui para o bem-estar emocional de quem lida com o impacto diário do racismo estrutural e interpessoal
O racismo é uma realidade que impacta profundamente a saúde mental das pessoas pretas, trazendo desafios emocionais e sociais que afetam a autoestima, o bem-estar e a qualidade de vida. Para muitos, o acompanhamento com um terapeuta capacitado e com sensibilidade para as questões raciais tem sido agendado fundamentalmente. Ao oferecer um espaço seguro de escuta e acolhimento, a terapia auxilia na elaboração dos traumas gerados pelo racismo, desenvolvendo estratégias de enfrentamento que ajudam a construir resiliência e autocompreensão.
A psicóloga Sarah Aline, que atua com foco em questões de identidade e diversidade, destaca a importância do apoio psicológico para pessoas que vivenciam situações de racismo, tanto em contextos individuais quanto sistêmicos.
“Para quem já sofre o peso do racismo desde cedo, a terapia representa um caminho de cura e fortalecimento. É um espaço onde o indivíduo pode reconhecer sua dor e construir ferramentas para lidar com as adversidades sem que isso defina sua identidade ou seu valor. Muitas pessoas pretas, ao buscarem ajuda terapêutica, encontram não apenas ruptura, mas também uma oportunidade de reconexão com sua essência, compreendendo que o racismo é uma violência que precisa ser combatida, mas que não determina quem elas são”, afirma Sarah.
Estudos mostram que a terapia pode reduzir sintomas de ansiedade, depressão e estresse, muitas vezes agravados pelas microagressões diárias e pelo impacto emocional de se viver em um sistema que historicamente marginaliza pessoas pretas. Esse cuidado vai além do bem-estar imediato: ele fortalece a confiança e a confiança, permitindo que os pacientes redescubram o poder de suas próprias narrativas.
“A terapia oferece uma voz de apoio que ressignifica o papel do paciente no mundo e valida seu direito de viver com dignidade e respeito”, finaliza.