“Ser corretor é ser empreendedor e quem resolve mais problema ganha mais dinheiro”, diz Sophia Martins no Pod do Dorgi
Entrevistada por Dorgival Alves, Sophia Martins fala sobre mercado imobiliário, sustentabilidade e carreira no podcast “Pod do Dorgi”
No mais recente episódio do podcast “Pod do Dorgi”, apresentado por Dorgival Alves, o foco foi o mercado imobiliário e seus desafios. A convidada da vez foi Sophia Martins, autora de três livros e referência no setor da construção civil sustentável. A frase-chave “Ser corretor é ser empreendedor” dá o tom da conversa inspiradora entre os dois, marcada por dados, tendências e experiências pessoais.
Sustentabilidade e inovação na construção
Logo no início, Sophia destaca a crescente preocupação dos consumidores com a sustentabilidade. “Após a pandemia, aumentou em 18% a procura por imóveis alinhados ao meio ambiente”, afirma. Conselheira da maior construtora da Ásia, a FAIR, ela aponta que práticas como uso de energia solar, reaproveitamento de água e redução de resíduos estão se tornando padrões em grandes projetos ao redor do mundo — e, aos poucos, no Brasil.
No alto padrão, segundo Sophia, já é comum a implementação de tecnologias de ponta. “As pessoas buscam imóveis com infraestrutura para carros elétricos e automação completa. O céu não é o limite no mercado de luxo.”
Programas habitacionais no Brasil e no mundo
Comparando programas habitacionais, ela cita o Section 8, dos EUA, e o CDHU, do Brasil. Enquanto lá o governo cobre parte do aluguel de famílias com baixa renda, aqui o programa Minha Casa Minha Vida viabiliza o sonho da casa própria com subsídios e incentivos.
Sophia afirma que é possível aplicar conceitos de sustentabilidade até nos projetos populares: “Com reuso de água e planejamento inteligente, dá para construir com consciência e qualidade”.
Burocracia ainda é gargalo no Brasil
A empresária aponta o excesso de burocracia como um dos maiores obstáculos da construção civil brasileira. “Licenciamento, cartório, leis municipais… tudo é muito lento e custoso. Precisamos de mais tecnologia nesse processo”, defende. Cita como exemplo uma obra do metrô paralisada em São Paulo por causa de achados históricos, mostrando como leis de preservação, embora importantes, podem travar projetos milionários.
Da crise à liderança: trajetória de sucesso
Sophia compartilha sua mudança de carreira da área financeira para o mercado imobiliário, motivada por questões familiares. Começou como corretora, passou por todos os cargos e chegou ao posto de CEO. “O início é difícil, mas é preciso ter clareza e persistência. Não tem glamour: são anos de abdicação”, afirma.
A frase “Quem resolve mais problema ganha mais dinheiro” resume sua mentalidade. Para ela, corretores que veem problemas como oportunidades se destacam. “Reclamar é clamar duas vezes por algo ruim. O que você está fazendo para mudar?”, questiona.
Mercado de luxo exige posicionamento
Sobre atuar no alto padrão, ela é direta: “Luxo exige posicionamento, investimento e relacionamento. Não é da noite para o dia”. Sophia aconselha corretores iniciantes a avaliarem seu momento financeiro antes de escolherem o nicho de atuação.
“Tudo tem seu difícil. O Minha Casa Minha Vida tem velocidade de vendas, mas também mais concorrência. O alto padrão demora mais, mas pode trazer mais retorno.”
O papel das mulheres no setor
Sophia também falou sobre o papel das mulheres no mercado imobiliário, onde a liderança ainda é majoritariamente masculina. Ela é responsável por um projeto que qualifica mulheres egressas do sistema prisional para atuar em obras: “Existe mais mulher vendendo do que liderando, mas isso está mudando. Precisamos ocupar espaços com seriedade”.
Como criar conexão com o cliente
Ao ser perguntada sobre conexão com o cliente, respondeu com firmeza: “Quem não sabe ouvir, não sabe responder. Escuta ativa é essencial”. Para ela, cada atendimento deve ser único, personalizado. “O corretor precisa entender o que é importante para o cliente e focar nisso.”
Finalizando com visão de futuro
Sophia defende o Brasil como potência na construção civil e critica a idealização de mercados internacionais. “Temos excelência aqui. Em Dubai, por exemplo, muitos prédios ainda não têm esgoto planejado. Isso seria inaceitável no Brasil”, afirma.
Siga no Instagram: @podcastdodorgi. Você também pode acompanhar mais do trabalho de Sophia Martins no perfil @sophiamartins_sp.
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